
Setor de arquibancada do Estádio do Central é interditado pela Defesa Civil
A Secretaria de Segurança Municipal (SSM), por meio da Defesa Civil de Caruaru, informa que, em cumprimento a uma recomendação
No momento em que nosso planeta enfrenta desafios ambientais sem precedentes, vale a pena revisitar a contribuição significativa do Papa Francisco para o pensamento ecológico global. Há quase uma década, em 24 de maio de 2015, o mundo testemunhou a publicação da Encíclica Laudato Si’ sobre o cuidado da casa comum. Mais recentemente, em 4 de outubro de 2023, o Pontífice complementou essa visão com a exortação apostólica Laudate Deum, centrada especificamente na crise climática.
Estes documentos transcenderam fronteiras religiosas, mobilizando milhares de pessoas comprometidas com a causa ambiental em todo o planeta. Seu impacto ultrapassa o momento presente e certamente será lembrado nas próximas gerações. Francisco assumiu com coragem o papel de líder religioso ecologista quando a humanidade mais precisava.
Esses textos representam o legado ambiental tangível do Papa, funcionando como uma antologia que amplifica vozes diversas: cientistas, filósofos, organizações sociais de diferentes regiões (especialmente das mais vulneráveis) e teólogos de várias partes do mundo. Esta compilação reúne informações, dados e denúncias que já vinham sendo apresentados há tempos. A tradição religiosa, naturalmente, deixou sua marca, reencantando a mensagem com sua linguagem própria.
Em meio a tanto negacionismo, desumanização e crescente crueldade, não seria inspirador encontrar um registro poético em suas mais diversas manifestações para criar e sustentar um futuro viável?
Francisco introduziu o conceito de ecologia integral, uma abordagem que constrói pontes entre diferentes disciplinas e nos conecta por intermédio de laços de afeto com todas as criaturas. O Papa convida à radicalidade na Encíclica, que consiste em renunciar à transformação da realidade em mero objeto de uso e dominação. Afinal, que tipo de afeto podemos desenvolver se apenas usamos e dominamos?
Os resultados dessa combinação entre objetificação e domínio estão evidentes hoje, e Francisco não hesitou em enumerá-los de forma convincente e bem documentada. Poluição, lixo e cultura do descarte transformaram a Terra em um imenso depósito de imundície. As mudanças climáticas representam um problema global com dimensões ambientais, sociais, econômicas, distributivas e políticas, impactando desproporcionalmente os países em desenvolvimento.
Esgotam-se as reservas de água e extinguem-se cada vez mais espécies: todos os anos, milhares de espécies vegetais e animais desaparecem para sempre, privando nossas futuras gerações de conhecê-las.
Nossa qualidade de vida deteriora-se rapidamente enquanto a desigualdade planetária se intensifica, sem que haja consciência clara dos problemas que afetam particularmente os excluídos – a maior parte do planeta, bilhões de pessoas. O Papa afirmou que não podemos deixar de reconhecer que uma verdadeira abordagem ecológica sempre se torna uma abordagem social, integrando a justiça nas discussões sobre o meio ambiente para ouvir tanto o clamor da Terra quanto o clamor dos pobres.
Esta última afirmação talvez seja o resumo mais fiel da proposta central do Papa Francisco feita há uma década na Encíclica, junto com a denúncia sobre a inação daqueles que deveriam assumir e orientar transformações radicais.
Desde a publicação da Encíclica, quase uma década se passou, e o negacionismo climático avançou rapidamente. Francisco voltou a adotar uma posição clara e necessária como líder religioso. Em sua exortação de 2023, afirmou que por mais que se tente negar, esconder, dissimular ou relativizar, os sinais das mudanças climáticas estão aí, cada vez mais evidentes.
Ninguém pode ignorar que nos últimos anos testemunhamos fenômenos extremos, períodos frequentes de calor incomum, seca e outros lamentos da Terra que são apenas algumas expressões palpáveis de uma doença silenciosa que afeta a todos nós.
Sua voz enfrenta diretamente aqueles que zombam, ridicularizam e confundem sobre um tema cada vez mais evidente e cientificamente documentado – de fato, no texto cita expressamente o IPCC – e argumenta que já não se pode duvidar da origem antropogênica das mudanças climáticas.
Mais uma vez, o Papa conseguiu. Esta recente exortação também interpelou o movimento ecologista que compreende claramente a existência de um problema estrutural envolvendo desigualdades globais e exigindo ações urgentes daqueles que detêm o verdadeiro poder de decisão.
Hoje esse episódio ganha novo significado, podendo ser visto como um retrato daqueles pequenos momentos que devemos cultivar para manter viva a memória e honrar o legado de quem soube dizer o necessário sem desculpas nem indiferença.
Marcelo Rodrigues, é advogado especialista em direito ambiental e urbanístico, consultor técnico em sustentabilidade da Prefeitura Municipal de Caruaru, ex-Secretário de Meio Ambiente do Recife.
A paisagem sonora urbana brasileira tem sido cada vez mais dominada pelo estrondo de motocicletas com escapamentos modificados. O que para alguns representa uma simples customização de veículo, constitui na realidade um grave problema de saúde pública e uma flagrante violação da legislação vigente.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a exposição prolongada a ruídos acima de 65 decibéis – muito abaixo do produzido por escapamentos adulterados – pode desencadear uma cascata de problemas de saúde. O barulho excessivo não é apenas um incômodo passageiro; ele interfere diretamente no funcionamento do organismo humano, provocando desde distúrbios auditivos até alterações cardiovasculares significativas.
Quando uma motocicleta com escapamento modificado passa em alta velocidade, o ruído gerado pode ultrapassar 110 decibéis, nível comparável ao de uma britadeira industrial ou um show de rock a poucos metros do palco. Este volume sonoro dispara no organismo uma resposta de estresse, com liberação de cortisol e adrenalina, elevação da pressão arterial e aceleração dos batimentos cardíacos.
Para os idosos, especialmente aqueles com condições cardíacas preexistentes, cada sobressalto causado por estes ruídos representa um risco adicional à saúde. Crianças em fase escolar têm sua capacidade de concentração e aprendizado comprometidas. Pessoas com transtornos do espectro autista, que frequentemente apresentam hipersensibilidade sensorial, podem sofrer crises intensas de desregulação emocional.
Os distúrbios do sono talvez sejam os efeitos mais disseminados da poluição sonora. A interrupção do ciclo de sono, especialmente durante as fases profundas, compromete a recuperação física e mental do organismo. Estudos científicos demonstram que a privação crônica de sono está associada ao aumento do risco de diabetes, obesidade, depressão e comprometimento do sistema imunológico.
O impacto não se restringe aos humanos. Animais domésticos, dotados de audição muito mais sensível que a nossa, sofrem intensamente com o barulho excessivo. Veterinários relatam aumento nos casos de estresse crônico em cães e gatos expostos constantemente a ruídos intensos, manifestando comportamentos como tremores, salivação excessiva, micção involuntária e até automutilação.
Na fauna silvestre urbana, o problema é igualmente grave. Aves alteram seus padrões de canto e comunicação, comprometendo comportamentos reprodutivos. Estudos ecológicos demonstram que a poluição sonora em áreas urbanas e periurbanas contribui significativamente para o desequilíbrio dos ecossistemas locais.
O mais alarmante neste cenário é que se trata de um problema perfeitamente evitável, já que a legislação brasileira é clara quanto à proibição destas modificações. O Código de Trânsito Brasileiro, em seu artigo 230, estabelece como infração grave “conduzir o veículo com descarga livre ou silenciador de motor de explosão defeituoso, deficiente ou inoperante”, prevendo multa e retenção do veículo para regularização.
A Resolução CONTRAN nº 252/1999 vai além, estabelecendo limites máximos de ruído para veículos automotores. Para motocicletas, dependendo da cilindrada, o limite varia entre 80 e 84 decibéis – muito abaixo do produzido pelos escapamentos modificados. Adicionalmente, a Lei dos Crimes Ambientais caracteriza como contravenção penal a perturbação do sossego alheio por meio de poluição sonora.
Apesar do robusto arcabouço legal, a fiscalização permanece insuficiente. A falta de equipamentos adequados para medição de decibéis, o número reduzido de agentes fiscalizadores e a ausência de blitze específicas para verificação de escapamentos contribuem para a sensação de impunidade que alimenta esta prática.
O enfrentamento efetivo deste problema exige uma abordagem integrada: intensificação da fiscalização com uso de decibelímetros, campanhas educativas sobre os impactos na saúde pública, e criação de canais eficientes para denúncias. É fundamental que a sociedade compreenda que o direito ao sossego e à saúde é coletivo e se sobrepõe ao desejo individual de modificar veículos.
O barulho excessivo não é apenas uma questão de conforto, mas um grave problema de saúde pública que afeta desproporcionalmente os mais vulneráveis. Em um momento em que tanto se discute qualidade de vida urbana, é imperativo que autoridades e sociedade reconheçam a gravidade da poluição sonora e atuem decisivamente para mitigá-la. O silêncio, mais que um luxo, é uma necessidade fisiológica e um direito de todos.
Marcelo Rodrigues, é advogado especialista em direito ambiental e urbanístico, consultor técnico em sustentabilidade da Prefeitura Municipal de Caruaru, ex-Secretário de Meio Ambiente do Recife.
Os municípios que dependem economicamente da indústria têxtil enfrentam desafios ambientais significativos devido ao acúmulo de resíduos. Este problema requer soluções integradas que contemplem aspectos econômicos, sociais e ambientais simultaneamente, como se observa claramente no Polo de Confecções do Agreste Pernambucano, formado principalmente por Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe.
A implementação de um sistema de economia circular representa uma abordagem promissora para esta região, que produz aproximadamente 20% das peças jeans do Brasil. Esta estratégia poderia iniciar com o mapeamento completo do ciclo produtivo têxtil local, identificando pontos de geração de resíduos e oportunidades de reintegração destes no processo produtivo, e estabelecer metas progressivas de redução de descarte final pode orientar este processo.
Em Toritama, conhecida como a “Capital do Jeans”, onde a produção gera toneladas de retalhos diariamente, o desenvolvimento de cooperativas de beneficiamento de resíduos têxteis surge como alternativa viável. Estas organizações poderiam transformar retalhos e sobras em novos produtos comercializáveis, como acessórios, materiais de isolamento térmico e componentes para outros setores industriais. Uma meta factível seria a criação de pelo menos uma cooperativa para cada município do polo, gerando empregos e renda adicional para as comunidades.
O engajamento do setor público de Santa Cruz do Capibaribe, que abriga o maior centro de compras de confecções do Norte/Nordeste, o Moda Center, mostra-se essencial por intermédio da criação de estruturas regulatórias favoráveis. Isso inclui incentivos fiscais para empresas que adotem práticas sustentáveis, com metas específicas de benefícios proporcionais ao percentual de reaproveitamento comprovado. Paralelamente, faz-se necessário o estabelecimento de centrais de reciclagem especializadas em materiais têxteis, com capacidade de processamento dimensionada conforme a geração local de resíduos.
Em Caruaru, com a maior feira e sede de importantes instituições de ensino, a transformação cultural constitui elemento fundamental neste processo. Parcerias e programas educacionais integrados ao currículo escolar local podem disseminar conhecimentos sobre reutilização têxtil, alcançando toda uma geração de futuros profissionais e consumidores. O objetivo seria atingir todas as instituições educacionais municipais em um prazo de quatro anos.
Os três municípios podem contribuir significativamente para o avanço dessa política na formação de um consórcio intermunicipal específico para gestão de resíduos têxteis. Esta estrutura permitiria o compartilhamento de recursos, tecnologias e conhecimentos, além de conferir maior poder de negociação junto a outras esferas governamentais e investidores privados. O compromisso formal dos gestores municipais, materializado em legislação local harmonizada, garantiria a continuidade das ações independentemente de mudanças administrativas.
A captação conjunta de recursos federais e internacionais para projetos de sustentabilidade têxtil representaria outra contribuição relevante. Os municípios poderiam destinar parte de seus orçamentos anuais como contrapartida, estabelecendo um fundo comum para investimentos em infraestrutura de reciclagem e pesquisa aplicada, visando atrair recursos adicionais de fontes como BNDES, BIRD, governos estaduais e organismos internacionais.
Parcerias com instituições acadêmicas regionais potencializariam a inovação neste campo. O desenvolvimento de novas tecnologias adaptadas à realidade local – como biodigestores para fibras têxteis específicas do polo, processos de decomposição acelerada ou materiais construtivos alternativos – pode gerar propriedade intelectual valiosa. Estabelecer projetos de pesquisa aplicada para melhorando contínuo do reaproveitamento dos resíduos constitui meta realizável.
A criação de um sistema de certificação para produtos fabricados com material reciclado no Agreste pernambucano agregaria valor comercial e visibilidade às iniciativas. Alcançar reconhecimento regional em dois anos e nacional em cinco anos permitiria a diferenciação mercadológica destas comunidades, fortalecendo o polo têxtil como referência em sustentabilidade.
Todas estas abordagens, implementadas de forma gradual e adaptadas às características específicas de cada município do polo, podem transformar o que hoje representa um problema ambiental em oportunidade de reinvenção econômica e social para Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, consolidando a região não apenas como potência produtiva, mas como modelo de desenvolvimento sustentável para outros polos têxteis do país.
Marcelo Rodrigues, é advogado especialista em direito ambiental e urbanístico, consultor técnico em sustentabilidade da Prefeitura Municipal de Caruaru, ex-Secretário de Meio Ambiente do Recife.
O saneamento básico é um dos pilares fundamentais para a qualidade de vida da população e a preservação ambiental. No Brasil, essa questão sempre esteve no centro dos debates sobre infraestrutura e saúde pública. A promulgação do Novo Marco Legal do Saneamento Básico trouxe novas diretrizes para a gestão do setor, incluindo a abertura para a iniciativa privada. Entretanto, a universalização dos serviços ainda enfrenta desafios significativos, especialmente nas áreas mais vulneráveis.
A ausência de tratamento adequado de esgoto é um problema histórico nas cidades brasileiras. Muitas localidades, especialmente nas periferias e comunidades de baixa renda, ainda convivem com o despejo in natura de dejetos em córregos e rios. Esse descaso não apenas polui os recursos hídricos, mas também contribui para a disseminação de doenças como diarreia, hepatite A e leptospirose, afetando diretamente a saúde da população, uma verdadeira bomba epidemiológica silenciosa, com potencial para disseminar doenças que comprometem gerações inteiras de brasileiros.
O Marco Legal estabeleceu metas para que, até 2033, 99% da população tenha acesso à água potável e 90% ao tratamento de esgoto. Para atingir esses objetivos, houve uma flexibilização na concessão dos serviços, permitindo maior participação da iniciativa privada. A ideia central é atrair investimentos e acelerar a expansão do saneamento, especialmente em regiões que historicamente ficaram à margem desse processo, embora apresente discurso de modernização, parece reproduzir uma lógica perversa de mercantilização de um serviço essencial.
Entretanto, essa transição para um modelo mais privatizado levanta preocupações sobre a inclusão das populações mais vulneráveis. Em muitas cidades, a expansão dos serviços segue uma lógica de viabilidade econômica, o que pode excluir regiões onde o custo para implantação da infraestrutura não é atrativo para empresas privadas.
Dessa forma, há o risco de que comunidades carentes permaneçam sem acesso a um direito essencial.
Experiências internacionais mostram que a privatização do saneamento não é garantia de eficiência. Cidades dos Estados Unidos e da Europa passaram por processos de privatização e, após constatarem aumento das tarifas, queda na qualidade do serviço e falta de investimentos em infraestrutura, decidiram reverter essa decisão. Paris, Berlim e Atlanta são exemplos de locais que optaram pela “remunicipalização” dos serviços de água e esgoto, retomando a gestão pública para garantir maior controle e qualidade.
A poluição dos rios, mananciais urbanos e do mar é outra consequência da precariedade do saneamento. Grandes centros urbanos ainda despejam milhões de litros de esgoto sem tratamento diretamente nos cursos d’água, comprometendo o abastecimento e impactando ecossistemas inteiros. A recuperação dessas áreas exige não apenas investimento financeiro, mas também planejamento e fiscalização rigorosa para garantir que as novas diretrizes sejam, de fato, cumpridas.
A relação entre saneamento básico e saúde pública é inegável. O Brasil ainda convive com surtos de doenças associadas à falta de infraestrutura sanitária adequada. Crianças e idosos são os mais afetados, aumentando a demanda sobre o sistema de saúde e perpetuando ciclos de pobreza e exclusão social. A ampliação do acesso ao saneamento poderia reduzir significativamente esses índices e melhorar a qualidade de vida da população.
No entanto, as regiões periféricas, comunidades rurais e áreas de menor atratividade econômica correm o risco concreto de serem marginalizadas nos novos arranjos de concessão. A lógica do lucro tende a priorizar áreas com maior densidade populacional e potencial de retorno financeiro, deixando imensos territórios à margem de investimentos estruturantes.
A ausência de saneamento básico não representa apenas um problema técnico, mas uma violação sistemática de direitos humanos. Cada metro de esgoto não tratado, cada córrego contaminado, cada criança exposta a riscos sanitários representa um atestado de falência de um modelo de gestão que historicamente privilegia interesses econômicos sobre vidas humanas.
O desafio do saneamento no Brasil é complexo e exige soluções equilibradas entre investimentos públicos e privados, fiscalização eficiente e compromisso social. A experiência internacional alerta para os riscos de um modelo exclusivamente privado, reforçando a necessidade de um sistema que priorize o bem-estar coletivo acima do lucro.
Marcelo Rodrigues, é advogado especialista em direito ambiental e urbanístico, consultor técnico em sustentabilidade da Prefeitura Municipal de Caruaru, ex-Secretário de Meio Ambiente do Recife.
A reforma tributária brasileira emerge como um poderoso instrumento de transformação ambiental, ultrapassando a tradicional função arrecadatória para se tornar uma ferramenta estratégica de desenvolvimento sustentável.
Os chamados impostos verdes representam muito mais do que uma nova modalidade de tributação: constituem uma resposta inovadora aos desafios climáticos contemporâneos, onde a sustentabilidade se entrelaça diretamente com a política econômica municipal.
Municípios brasileiros ganham protagonismo nessa nova arquitetura fiscal, tendo a oportunidade de criar incentivos que premiem comportamentos ambientalmente responsáveis. Empresas, cidadãos e cidadãs que reduzirem emissões de carbono, implementarem gestão eficiente de resíduos ou investirem em energias renováveis passam a ser valorizados por intermédio de benefícios tributários diretos, transformando a consciência ambiental em vantagem econômica concreta.
O mercado de carbono também surge como elemento transformador nesse contexto, permitindo que localidades possam mudar a forma nas ações sustentáveis em ativos econômicos reais.
Municípios que investirem na preservação florestal, redução de emissões e recuperação de áreas degradadas podem comercializar créditos de carbono, gerando receitas paralelas e promovendo desenvolvimento econômico verde.
Nesse contexto, os fundos nacional e internacional de financiamento ambiental abrem possibilidades antes inimagináveis para gestores públicos. Organizações internacionais, bancos de desenvolvimento e programas governamentais disponibilizam linhas de crédito específicas para projetos de transição para uma economia sustentável, ampliando o potencial de transformação das políticas municipais.
A integração entre incentivos fiscais, mercado de carbono e fundos de financiamento pode catalisar uma mudança profunda na gestão urbana e ambiental brasileira.
O desafio contemporâneo ultrapassa a simples arrecadação, exigindo uma visão sistêmica que conecte sustentabilidade, economia e bem-estar social. Os impostos verdes emergem como instrumentos capazes de induzir transformações comportamentais e econômicas, sinalizando um novo paradigma de desenvolvimento municipal.
Assim, o IBS Verde representa uma revolução tributária com impacto direto e transformador para os municípios brasileiros, configurando-se como um mecanismo inovador que vai além da simples arrecadação fiscal.
Ao integrar critérios ambientais na sistemática tributária, os municípios ganham uma poderosa ferramenta de desenvolvimento sustentável local, onde passam a ter incentivos para fomentar políticas de preservação ambiental, estimular economias verdes e promover um novo modelo de desenvolvimento urbano.
Essa modalidade de tributação permite que cidades menores e médias possam atrair investimentos mais sustentáveis, redistribuir receitas de maneira equitativa e criar mecanismos de compensação fiscal para territórios que preservam seus recursos naturais, transformando o IBS Verde em um instrumento estratégico de política pública municipal que conecta diretamente sustentabilidade, desenvolvimento econômico e justiça tributária.
Essa inovação fiscal demanda protagonismo dos gestores públicos, capacidade de inovação e compromisso com as futuras gerações. Não se trata apenas de criar formas de tributação, mas de construir um modelo econômico verdadeiramente comprometido com a preservação ambiental e o desenvolvimento sustentável.
A reforma tributária, portanto, apresenta-se como uma janela de oportunidades para que municípios brasileiros se tornem protagonistas de uma economia verde, competitiva e responsável. O futuro não será conquistado apenas com boas intenções, mas com ações concretas que transformem nossos desafios ambientais em oportunidades de desenvolvimento sustentável com qualidade de vida para todos e todas.
Marcelo Rodrigues, é advogado especialista em direito ambiental e urbanístico, consultor técnico em sustentabilidade da Prefeitura Municipal de Caruaru, ex-Secretário de Meio Ambiente do Recife.
Você já brigou por causa de um quebra-cabeça? Tipo, alguém desmonta tudo que você montou e ainda fica com as peças coloridas. A justiça climática é mais ou menos isso: Um jogo onde alguns montam castelos de areia na parte seca da praia, enquanto outros tentam segurar as ondas com as mãos.
De uns tempos para cá, a percepção é que o clima virou aquela discussão de família onde todo mundo fala, mas ninguém escuta. Enquanto países ricos debatem metas em salas com ar-condicionado, ilhas inteiras desaparecem no mapa e comunidades periféricas viram alvo fácil de enchente ou calor de derreter asfalto. Não é sobre “salvar o planeta” — ele sobreviveu a asteroides, vai sobreviver a nós. É sobre quem segura a bronca enquanto o termômetro sobe.
Justiça climática é entender que a avó que planta mandioca no quintal não tem a mesma “culpa” pelo aquecimento global que uma indústria que solta fumaça 24h por dia. É reparar que o mesmo povo que não tem grana para comprar um ventilador é o que mais sofre com blackout na onda de calor. É sobre olhar para o lado e perguntar: “Quem está pagando o pato?” Quase sempre são os que menos estragaram a festa.
A administração pública tem um papel fundamental na promoção da justiça climática. A gestão financeira dos municípios deve incorporar critérios que garantam a inclusão social e a sustentabilidade ambiental. O planejamento orçamentário precisa priorizar ações que reduzam os impactos climáticos sobre os mais vulneráveis, promovendo políticas públicas que fortaleçam a resiliência das comunidades e reduzam desigualdades. Além disso, a transparência e a participação popular são essenciais para garantir que a população tenha voz nas decisões que afetam seu território e sua qualidade de vida.
A transição para um modelo de desenvolvimento sustentável passa por mudanças na arrecadação e no uso dos recursos públicos. A criação de incentivos fiscais para práticas ecológicas, a reavaliação de benefícios concedidos a setores poluentes e a adoção de mecanismos financeiros inovadores são algumas das estratégias para garantir que o meio ambiente e a justiça social caminhem juntos. Sem planejamento e ação integrada, não será possível construir um futuro em que o combate às mudanças climáticas esteja aliado à redução das desigualdades.
Ah, e não precisa ser Greta Thunberg! Justiça climática também é você escolher de quem comprar o café, questionar por que o bairro rico tem árvores e o seu não, ou até compartilhar um post que ensina a fazer captação de água da chuva ou plantar uma árvore. Pequenos gestos viram holofote quando viram coro.
No fim, é sobre lembrar que crise climática não é um filme de catástrofe — é um reality show onde todos somos personagens. E a gente pode escolher se vai ser aquele que vaza o roteiro ou o que ajuda a reescrever o final.
Da próxima vez que ouvir “aquecimento global”, troque por “resfriamento das desigualdades”. Afinal, clima justo é igual varal de rua: todo mundo tem que ter acesso ao sol e à sombra.
Marcelo Rodrigues, é advogado especialista em direito ambiental e urbanístico, consultor técnico em sustentabilidade da Prefeitura Municipal de Caruaru, ex-Secretário de Meio Ambiente do Recife.
O racismo ambiental é uma realidade que se infiltra nas estruturas sociais e econômicas do Brasil, impactando de forma desproporcional populações vulneráveis. No Nordeste, essa questão assume contornos ainda mais dramáticos. Trata-se de um fenômeno em que comunidades historicamente marginalizadas – especialmente as negras, quilombolas e indígenas – sofrem com a falta de acesso a recursos básicos, infraestrutura precária e impactos ambientais que poderiam ser evitados ou mitigados.
O Nordeste brasileiro é, historicamente, uma das regiões mais afetadas pelas desigualdades estruturais do país. Além dos desafios econômicos, a região enfrenta secas prolongadas e a desertificação de áreas antes produtivas. O problema é que essas dificuldades não afetam todas as populações da mesma forma. Enquanto grandes centros urbanos do Sul e Sudeste recebem investimentos contínuos em saneamento, abastecimento de água e políticas de mitigação climática, comunidades do interior nordestino são frequentemente esquecidas.
A distribuição desigual dos impactos ambientais não é um acidente. Governos e empresas frequentemente tomam decisões que favorecem grupos economicamente privilegiados, enquanto comunidades vulneráveis sofrem com a degradação ambiental. Um exemplo claro é a expansão do agronegócio e a especulação imobiliária, que avançam sobre territórios tradicionais, expulsando populações que vivem da agricultura familiar e destruindo ecossistemas que garantiam sua sobrevivência.
O acesso à água ilustra de forma clara o racismo ambiental. Enquanto megaprojetos hídricos, como a transposição do Rio São Francisco, são amplamente divulgados como soluções para a seca, a realidade é que os benefícios desses projetos não chegam de forma equitativa. Grandes produtores agrícolas conseguem acesso privilegiado à irrigação, enquanto comunidades rurais e quilombolas continuam a depender de carros-pipa ou caminham quilômetros para obter água de baixa qualidade.
Os reservatórios construídos pelo poder público frequentemente abastecem setores industriais e cidades turísticas, enquanto pequenas comunidades continuam marginalizadas. Isso não é apenas um problema de infraestrutura; é uma escolha política que perpetua a desigualdade.
Outro aspecto do racismo ambiental está relacionado à destinação de resíduos e poluentes. Indústrias e usinas frequentemente se instalam em áreas periféricas, onde vivem populações mais pobres. Como resultado, essas comunidades enfrentam níveis alarmantes de contaminação do ar, da água e do solo, o que se reflete em maiores índices de doenças respiratórias e outras enfermidades associadas à exposição a substâncias tóxicas.
Além disso, projetos de energia eólica e solar, embora apresentados como sustentáveis, muitas vezes não consideram os impactos sobre as comunidades locais. Povos tradicionais são expulsos de suas terras sem consulta adequada, e os benefícios desses empreendimentos não são distribuídos de forma justa. O discurso da sustentabilidade, nesse contexto, serve como uma cortina de fumaça para a perpetuação de desigualdades históricas.
Enfrentar o racismo ambiental no Nordeste exige mudanças estruturais. Primeiro, é essencial garantir que políticas públicas sejam formuladas com participação ativa das comunidades afetadas. Projetos de infraestrutura e desenvolvimento devem respeitar o direito à terra e os modos de vida das populações tradicionais.
Além disso, é necessário fortalecer o acesso a recursos básicos, como saneamento, energia limpa e abastecimento de água, de forma equitativa. A justiça ambiental só será alcançada quando políticas de mitigação climática levarem em conta as desigualdades preexistentes e priorizarem aqueles que historicamente foram marginalizados.
O racismo ambiental não é um problema invisível – ele está presente nas decisões políticas, na distribuição de recursos e na forma como o desenvolvimento é conduzido. Para mudar essa realidade, é preciso reconhecer que a luta ambiental também é uma luta social e racial.
Marcelo Rodrigues, é advogado especialista em direito ambiental e urbanístico, consultor técnico em sustentabilidade da Prefeitura Municipal de Caruaru, ex-Secretário de Meio Ambiente do Recife.
Pense naquela cidade onde você mora ou já visitou: as ruas arborizadas, os lixos que somem como mágica (ou não), a sensação de segurança ao caminhar à noite, a oferta de empregos que não exigem duas horas de deslocamento.
Agora imagine se tudo isso pudesse ser traduzido em uma nota — não aquela de escola, que dá frio na barriga, mas uma espécie de termômetro que mostra se o lugar está evoluindo sem deixar ninguém (e nada) para trás. É mais ou menos assim que funciona o índice que mede o desenvolvimento sustentável das cidades – IDSC, uma ferramenta que vai muito além de rankings e planilhas.
A ideia é simples, mas genial: em vez de olhar só para o PIB ou números de crescimento econômico, esse índice mistura indicadores de educação, saúde, meio ambiente, igualdade e até acesso à cultura. É como se alguém finalmente tivesse dito: “Ei, uma cidade boa não é só aquela que tem shoppings gigantes, mas onde as pessoas respiram ar limpo, têm oportunidades reais e não precisam escolher entre trabalhar ou cuidar da saúde.” O resultado? Uma fotografia multidimensional que revela o que está funcionando — e onde o calo está apertando.
Ah, mas não para por aí. O grande trunfo está em como esses números viram ação. Imagine uma prefeitura descobrindo que, mesmo com ótimos índices de coleta de lixo, a reciclagem é quase zero. Ou um bairro que tem escolas de alto nível, mas os jovens ainda abandonam os estudos por falta de transporte acessível. O índice funciona como um GPS para políticas públicas: aponta o destino, mas também os buracos no caminho. E o melhor? Ele não é estático. Ano após ano, dá para ver se a cidade está melhorando de verdade ou só maquiando problemas.
Claro, números sozinhos não mudam realidade. O que faz a diferença é quando essa pontuação vira conversa nas praças, nos grupos de vizinhos, nas reuniões de condomínio. Porque desenvolvimento sustentável não é meta só de prefeito — é de quem planta uma árvore na calçada, de quem separa o lixo mesmo sem obrigação, de quem cobra ciclovias seguras ou mercados que valorizem produtores locais. É uma dança coletiva, onde cada passo conta.
E os exemplos? Já existem cidades usando esse índice como bússola.
Lugares que descobriram que investir em parques não é “gasto”, mas economia futura (menos gastos com saúde, por exemplo). Ou que incluir moradores de periferias em decisões urbanas reduz desigualdade e, de quebra, impulsiona a economia. Não se trata de ser a cidade “perfeita”, mas daquela que reconhece suas falhas e corre atrás — com transparência.
No fim, o índice é como um espelho. Mostra o rosto real das cidades, sem filtros. E se a gente encarar de frente, ele vira ferramenta para construir lugares onde ninguém precise escolher entre viver bem hoje ou deixar um planeta habitável para as próximas gerações. Porque, no fundo, desenvolvimento sustentável é isso: garantir que o progresso de agora não seja a dívida impagável de amanhã.
Marcelo Augusto Rodrigues, é advogado especialista em direito ambiental e urbanístico, consultor técnico em sustentabilidade da Prefeitura Municipal de Caruaru, ex-Secretário de Meio Ambiente do Recife.
O bem-estar animal é uma pauta que vem ganhando força em nosso país, e não é por acaso. O aumento da conscientização sobre os direitos dos animais e a responsabilidade dos tutores têm levado a uma série de avanços, como a recente criação do Cadastro Nacional de Animais Domésticos, previsto na Lei Federal nº 15.046/2024.
Olha só, se você já perdeu um animal de estimação, sabe aquele desespero de revirar o bairro inteiro, colar cartaz em poste e até prometer recompensa para quem achar. Pois é! Agora, imagine um sistema que ajuda a resolver isso em minutos — e ainda combate o abandono de animais. É exatamente isso que a Lei Federal: O CNAD – Cadastro Nacional de Animais Domésticos, uma ideia que promete colocar ordem (e muito amor) na vida dos pets brasileiros.
Você pode estar se perguntando: Cadastrar animais? Sério isso? Calma, não é burocracia à toa. O cadastro funciona como um “RG” para seu bichinho, com informações como: o nome, espécie e raça (ou “vira-lata caramelo”, se for o caso); idade aproximada e características marcantes (tipo aquela mancha em forma de coração no focinho); dados do tutor: nome, telefone e endereço.
A mágica acontece quando tudo isso é vinculado a um microchip — aquela coisinha do tamanho de um grão de arroz, aplicada sob a pele do animal. Se ele se perder, qualquer veterinário ou abrigo escaneia o chip e… voilà! Você recebe uma ligação no mesmo dia.
E se alguém abandonar o pet? Aí é que está o pulo do gato! O cadastro também serve como uma “carteira assinada” para tutor. Se alguém deixar o animal na mão, dá para rastrear de quem era a responsabilidade — e, claro, aplicar processo e multa. A ideia é desencorajar aquela mentalidade de que “animal é descartável”, reduzindo o número de casos de forma significativa.
Ah, e não para por aí: o sistema vai mapear quantos pets existem no país, onde estão e quais raças são mais comuns. Isso ajuda, por exemplo, a direcionar campanhas de vacinação ou identificar regiões com mais casos de abandono. O Brasil enfrenta uma triste realidade: milhões de animais vivem nas ruas, muitas vezes vítimas de maus-tratos, assim, o CNAD cria um panorama nacional mais preciso sobre a população de pets.
A Lei é Federal, mas cada município precisa abraçar a causa. Algumas cidades já estão inovando: com mutirões de castração com agendamento via cadastro; feiras de adoção que checam se o tutor está apto a cuidar do bicho, e aulas em escolas sobre posse responsável (sim, criança aprendendo que os animais não humanos não são brinquedos!).
Uma pergunta que não quer calar: Microchip? Isso não machuca o bichinho? Pergunta justa! O microchip é do tamanho de um grão de arroz e é aplicado com uma agulha especial — rápido e quase indolor. É como uma vacina. E não emite sinal de GPS (até porque senão ia acabar a bateria, não é?), mas guarda um número único que, quando lido, puxa seus dados no sistema.
A princípio, não há multa para quem não aderir (ainda). Mas pense bem: cadastrar seu pet é um ato de cuidado, tipo colocar cadeirinha no carro para criança. Não é obrigatório, mas pode salvar uma vida. Além disso, algumas clínicas e hospedagens já estão exigindo o cadastro para serviços — então, melhor não ficar de fora!
No fim das contas, o Cadastro Nacional de Animais Domésticos não é só uma lei. É um novo jeito de enxergar os animais não humanos — como seres que merecem proteção, respeito e políticas públicas de verdade. Claro, ainda há desafios: falta de verba, desinformação e aquela velha resistência à mudança. Mas se cada um fizer sua parte (tutores, governos, ONGs), dá para transformar o Brasil em um país com um futuro mais justo e digno para os animais. Afinal, cuidar deles é também cuidar de nós mesmos e do mundo que queremos construir.
Marcelo Augusto Rodrigues, é advogado especialista em direito ambiental e urbanístico, consultor técnico em sustentabilidade da Prefeitura Municipal de Caruaru, ex-Secretário de meio Ambiente do Recife.
Você já parou para pensar que, em pleno século 21, ainda usamos a mesma desculpa de sempre quando as ruas viram rios? “Ah, mas choveu demais.” Como se a água, sozinha, fosse culpada por encontrar asfalto sem ter para onde escorrer, bueiros entupidos de lixo e córregos que, um dia, alguém decidiu cobrir com concreto, como se fossem uma vergonha para a cidade.
Recife não está afundando por causa da chuva. Está sufocando por falta de gestão.
Não é novidade que temporais acontecem — e vão acontecer cada vez mais, porque o clima já não é mais aquele que se podia marcar no calendário. O problema é que, enquanto outras cidades reinventam seus pés de barro, ainda achamos que o futuro está em construir mais canais retos e esperar que a água obedeça. Spoiler: ela não obedece. Na China, por exemplo, criaram as chamadas “cidades-esponja”: lugares que absorvem a água com parques alagáveis, pisos permeáveis e lagos que funcionam como reservatórios naturais. Enquanto isso, por aqui, a solução parece ser postar fotos da enchente no Instagram e torcer para o sol voltar.
A verdade é que desastre natural não é quando a chuva cai. É quando a cidade se recusa a aprender com ela.
Não faltam estudos, tecnologias ou até exemplos de quem acertou a mão. O que falta são prioridades. Quantos bairros do Recife possuem sistemas de drenagem que não sejam do tempo em que “drenagem” significava apenas “jogar a água no quintal do vizinho”? Quantos projetos de urbanização incluem áreas verdes que façam mais do que enfeitar praças? E onde está o plano que prepara a cidade não apenas para a próxima chuva, mas para as próximas dez chuvas, cada vez mais imprevisíveis?
A natureza não é nossa inimiga. Ela apenas devolve, em forma de alagamento, o descaso que enterramos sob o asfalto.
Não dá mais para continuar tratando a inundação como uma surpresa sazonal. É hora de parar de enterrar rios e começar a desenterrar soluções — com ciência, planejamento e a coragem de admitir que o problema não está nas nuvens, mas no chão que pisamos por anos, sem olhar para baixo.
Marcelo Augusto Rodrigues é advogado especialista em direito ambiental e urbanístico, consultor técnico em sustentabilidade da Prefeitura Municipal de Caruaru, ex-Secretário de Meio Ambiente do Recife.
A Secretaria de Segurança Municipal (SSM), por meio da Defesa Civil de Caruaru, informa que, em cumprimento a uma recomendação