Por que "Adolescência" é a série favorita do momento na Netflix?

Ultimamente tenho sido muito criteriosa na hora de escolher qual série assistir nos finais de semana. Mas a dica da semana é a série Adolescência, da Netflix, que prendeu a minha atenção desde o primeiro episódio. Não é só porque retrata o universo jovem de forma realista, mas porque consegue equilibrar drama, leveza e muita verdade em cada cena.

Além de ser uma série baseada em um caso real, o que mais me chamou atenção é a forma como os temas mais delicados são abordados. Problemas como ansiedade, bullying, pressão social, identidade e até saúde mental são tratados de forma sensível, sem parecer didático demais. É uma série importante que nos faz refletir sobre os papéis da família, dos amigos e também da internet na vida dos adolescentes.

E pra quem é fã de detalhes, outro ponto forte é a trilha sonora, que embala as cenas com um clima que faz a gente mergulhar ainda mais na história. além de um elenco carismático, talentoso e super bem entrosado com destaque para o protagonista da série, o jovem ator, Owen Cooper que interpreta seu primeiro personagem que surpreende a cada episódio. Filmada em plano sequência, que é quando uma cena inteira é filmada de uma vez só, sem cortes. A câmera vai acompanhando os personagens em tempo real, o que dá a sensação de que tudo está acontecendo ali, na hora, sem interrupção. É tipo “filmar sem
parar”.

Enfim, “Adolescência” virou minha série favorita do momento porque fala diretamente com quem já viveu – ou ainda está vivendo – essa fase tão intensa e transformadora da vida. É uma série que emociona, diverte e, acima de tudo, representa. E isso, pra mim, faz toda a diferença. Essa é a minha dica do final de semana Adolescência, podem assistir, é incrível.

SOBRE A SÉRIE

Adolescência é uma minissérie britânica da Netflix que estreou em março de 2025. A trama acompanha Jamie Miller (Owen Cooper), um garoto de 13 anos que é preso sob acusação de assassinar uma colega de escola. À medida que a investigação avança, revelações sobre bullying, radicalização online e a influência da cultura incel surgem, colocando em
xeque a linha entre inocência e culpa. A minissérie tem quatro episódios filmados em plano
sequência, a série explora os impactos da violência juvenil e da cultura digital na formação dos jovens.

Que padrão devemos seguir?

Estamos em março, mês marcado não só pelo aniversário da colunista que escreve aqui pra vocês, mas também marcado pelas celebrações alusivas ao dia 8 de março, onde comemoramos o Dia Internacional da Mulher. O nosso tema de hoje seriam as mulheres como Shonda Rhimes, Viola Davis e as irmãs Wachowski que são importantes no mundo das séries e filmes e que todo cinéfilo provavelmente já ouviu falar. Mas vamos mudar um pouco o rumo dessa nossa conversa de hoje.

Você certamente conhece a famosa série da Netflix chamada Stranger Things que estreou em julho de 2016 e mostra como um grupo de amigos se envolve em uma sequência de acontecimentos sobrenaturais na cidade de Hawkins com a chegada de uma menina chamada Eleven (Onze). Naquela época os atores do elenco tinham entre 11 e 14 anos. A estrela da série, Millie Bobby Brown tinha onze anos quando iniciou as gravações da primeira temporada.

Hoje, Millie tem 21 anos e muitas cobranças vindas da sociedade. Recentemente em entrevista ao podcast “Call Her Daddy” a atriz foi questionada sobre a sua aparência estar diferente. Prontamente a atriz que já vem sofrendo bullying da imprensa americana há um tempo respondeu que começou na indústria muito nova e que era normal ela crescer e mudar fisicamente.

O fato é que esse tipo de cobrança relacionada a aparência das mulheres não deveria ser normalizada e nem propagada pela imprensa em qualquer lugar do mundo. Imagina você ser mulher, se esforçar para ter reconhecimento por tudo que foi feito e quando aparece a oportunidade de divulgar esse trabalho você acaba perdendo tempo justificando porque não está “bonita” conforme os padrões que alguém um dia decidiu que seria o certo a ser seguido por todas nós.

Atualmente, Millie Bobby Brown está promovendo seu novo filme da Netflix “The Electric State” e esteve no Brasil na noite da última sexta-feira (14) em um mega evento de lançamento realizado na capital paulista ao lado de Pablo Vittar e vários influencers conhecidos nacionalmente. Mas, sempre entre uma agenda e outra ela ainda precisa pausar as divulgações para realizar pronunciamentos nas redes sociais explicando algo que não deveria ser necessário.

A minha torcida é para que cada vez menos mulheres precisem perder tempo nos lugares aceitando o padrão que deveríamos seguir e explicando o porque estão gordas demais ou magras demais. Que o Dia Internacional da Mulher não dure somente um dia, ou um mês que ele dure o tempo suficiente para que todas nós possamos mostrar que o nosso potencial independe de aparência ou de padrões.

Onde acompanhar o trabalho da Millie Bobby Brown?

Para acompanhar a carreira da Millie eu te indico obras da Netflix específicas e marcantes na carreira dessa atriz e mulher incrível anota aí:

– Stranger Things: Quando um garoto desaparece, a cidade toda participa nas buscas. Mas o que encontram são segredos, forças sobrenaturais e uma menina.

– Enola Holmes: Enola Holmes só tem 16 anos, mas vai fazer de tudo para encontrar a mãe desaparecida, inclusive despistar o irmão Sherlock e ajudar um jovem lorde fugitivo.

– The Electric State: Um robô misterioso acompanha uma adolescente órfã em uma jornada para encontrar o irmão. um filme americano de aventura e ficção científica dirigido pelos irmãos Russo, os mesmos diretores de Os Vingadores.

AINDA ESTOU AQUI, TOTALMENTE PREMIADO

Desde o início de 2025 que o cinema nacional vive um momento muito especial e é claro, os brasileiros são parte fundamental nisso. Se você não está por dentro do assunto mais falado nos últimos dois meses, chegou a hora de entender alguns dos vários motivos pelos quais a nação brasileira está tão vibrante.

O filme de produção brasileira chamado Ainda Estou Aqui recebeu 3 indicações importantes no prêmio mais famoso no mundo do cinema, o Oscar. Entre as indicações, o longa concorre nas categorias de: Melhor Filme, Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Atriz, com Fernanda Torres concorrendo nessa categoria pela interpretação da personagem Eunice Paiva.

Mas por que essa comemoração toda? É que o filme dirigido por Walter Salles é a primeira produção 100% feita no Brasil indicada à categoria de Melhor Filme. Ambientado no Rio de Janeiro, em 1971 durante a Ditadura Militar e baseado nas memórias de Marcelo Rubens Paiva sobre sua mãe, Eunice Paiva, a história real acompanha a trajetória de uma mãe de cinco filhos que é obrigada a se reinventar como ativista quando seu marido é sequestrado pela Polícia Militar e desaparece sob sua custódia.

Desde a sua estreia nos cinemas, o longa estrelado por Fernanda Torres conseguiu chamar a atenção de diversos críticos e também da audiência fazendo com que o saldo até o momento seja de 88 prêmios nos festivais de cinema espalhados pelo mundo. Entre eles o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no British Academy Film Awards,o BAFTA, que é conhecido como o “Oscar Britânico” e também prêmio nas categorias de Melhor Atriz em Filme Dramático e Melhor Filme Estrangeiro no Golden Globe que é uma premiação onde os melhores profissionais de cinema e televisão são reconhecidos.

Agora, os nossos olhos se voltam para a premiação que é considerada a mais importante no cinema mundial, o Oscar. O filme brasileiro original Globoplay e distribuído pela Sony Pictures chega a premiação com 3 importantes indicações: Melhor Atriz, Melhor Filme Internacional e a surpresa de ser indicado na categoria Melhor Filme.

As chances para o Brasil são muito boas, nos bastidores o comentário é um só: Walter Salles e Fernanda Torres fizeram uma campanha gigante e exaustiva para que o longa ficasse em evidência até o dia da votação da academia. E claro, os brasileiros estão dando um show de engajamento nas redes sociais por onde quer que a nossa atriz apareça deixando nomes como Ariana Grande e Demi Moore em segundo plano.

E aqui encerro a coluna de hoje com os meus palpites. Aposto que Ainda Estou Aqui vence em duas das três categorias: Melhor Atriz e Melhor Filme. Mas a minha torcida mesmo é para que os votantes da academia repitam o feito de 2020 com o filme sul-coreano Parasita que nas categorias principais da noite venceu em Melhor Filme Internacional e Melhor Filme tornando-se o 1º longa de língua não inglesa a vencer a categoria de Melhor Filme.

O time do diretor Walter Salles tem tudo para deixar o domingo de carnaval dos brasileiros mais feliz. Então, vamos aguardar a noite do próximo dia 02 de março para descobrir e comemorar mais uma vitória do cinema brasileiro que segue totalmente premiado!

Confusão Digital: o caso da Prefeitura de Timon

Oi, leitores do Blog Capital!

Iremos nos encontrar aqui semanalmente para comentar assuntos do mundo digital, mas antes, vou me apresentar rapidamente.

Sou Marina Castro, Social Media e produtora de conteúdo para a internet desde 2012, também atuei como mentora do Garoa Habitat, do Porto Social e da Fundação Dom Cabral. Sou especialista em produção de conteúdo para políticos e órgãos públicos com passagens pelo governo municipal, estadual e federal. Nesta coluna, pretendo trazer os mais diversos temas do mundo digital, dicas nerds de filmes e séries, mas sempre buscando informar e opinar da melhor forma. Nossa coluna estará sempre aberta a sugestões e a disposição de quem precisar.

Boa leitura,

Marina Castro.

Confusão Digital: o caso da Prefeitura de Timon

O ano na cidade de Timon, no Maranhão, começou bem agitado. Acontece que logo após a solenidade de posse o prefeito eleito Rafael Brito (PSB), revelou durante uma entrevista para o radialista Eliézio Silva, que a ex-prefeita, Dinair Veloso (PDT), não havia deixado a senha do instagram da Prefeitura de Timon. “Ela não deixou nem o Instagram da Prefeitura. A conta, que é da Prefeitura e não de uma gestão, caiu e criamos um novo para passar informações à população”, disse Rafael e esse depoimento viralizou rapidamente nas redes sociais.

A nova equipe de comunicação agiu rapidamente, aproveitando o hype das declarações do novo prefeito, Rafael Brito, que foram viralizadas na internet, acabaram criando uma nova conta e conseguindo nas primeiras horas atingir mais de 17 mil seguidores. Para muitas gestões, o Instagram se transformou em uma das principais ferramentas de repasse de informação entre a administração pública e os cidadãos. Uma ótima saída quando a verba para investir em comunicação é curta. A partir desses fatos, vem o questionamento: quem toma conta das redes sociais de uma gestão pública conhece a palavra ética?

Numa pesquisa rápida entende-se que ética é a reflexão moral acerca de uma ação e na prática podemos dizer que ela está diretamente relacionada com a moral e também com as nossas atitudes. Trazendo pra realidade: se você fosse um profissional de marketing e trabalhasse na prefeitura de Timon iria realmente tirar a rede social do ar, mudar a senha e desaparecer no meio do mundo? Infelizmente situações como essa confusão digital ocorrida em Timon ainda são bem comuns no Brasil.

Grande parte dessas redes sociais pertencem a Meta, que no caso de Timon foi informada sobre o ocorrido na cidade e que reativou o Instagram da Prefeitura alguns dias depois de alguns pedidos formais serem feitos a empresa Meta, que na minha opinião já deveria ter criado algo que oferecesse mais segurança as gestões públicas e também garantisse que situações como as da cidade localizada no leste do Maranhão não acontecessem mais.

Ainda não existe uma lei que regulamente o uso das redes sociais por órgãos públicos, é provável que nos próximos anos, com o avanço da internet e com a chegada de novos recursos como a famosa Inteligência Artificial, esse assunto poderá virar um debate importante na Câmara dos Deputados ou até mesmo no Senado Federal que incluísse ao lado de leis como a Lei do Marco Civil da Internet (Lei 12.965, de 2014), a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) e a PL 2.630/2020 (PL das Fake News) alguma forma de regulamentar o uso das redes sociais por órgãos públicos e até mesmo privados.

O episódio de Timon é mais um reflexo da confusão entre o público e o privado no digital. E é sim, importante que se repense o jeito como os canais públicos de comunicação digital precisam ser tratados e posicionados. Afinal a comunicação e um governo não deve jamais pertencer a um gestor, ela precisa ser a ferramenta de comunicação entre a população e o poder público, visando acima de tudo o bem-estar de todos e não a interesses pessoais ou partidários.