Coluna Capital desta quinta-feira (1º): uma turma nada querida pelos aposentados e pensionistas

Conforme trouxe à tona a Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, em parceria com a Controladoria-Geral da União, uma bagatela de R$ 6,3 bilhões foram descontados indevidamente de aposentados e pensionistas do INSS, no intervalo de 2019 a 2024, lesando milhares desses beneficiários, que na sua maioria dos casos, precisam fazer, a cada mês, verdadeiros malabarismos para conseguirem sobreviver.

No epicentro desse escândalo vergonhoso também se encontram o agora ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, que foi exonerado juntamente com mais cinco servidores do instituto, no mesmo dia da operação, além da turma do PDT no governo Lula, cujo os atuais presidentes nacional e do estado, respectivamente, Carlos Lupi e Wolney Queiroz, exercem as funções de ministro e secretário executivo do Ministério da Previdência Social do Brasil.

Enquanto o primeiro vem tentando responder ao injustificável tamanho prejuízo aos bolsos dos beneficiários, embora neste momento, não é sabido que o nome dele esteja envolvido na investigação, o outro, simplesmente, resolveu adotar frases nada enigmáticas nas suas redes sociais (foto ao lado), 742e3240-1d80-4b1e-8cb8-4ca9d53c6265-223x300 Coluna Capital desta quinta-feira (1º): uma turma nada querida pelos aposentados e pensionistasembora para os lesados, mensagens bonitas não enchem barrigas ou pagam boletos. Também não há informação repassada pela PF sobre a sua suposta participação, mas no mínimo,  há de se fazer questionamentos sobre as gestões de ambos.

Mas em se tratando da família Queiroz na política, parece que os atos ou a ausência deles falam por si só, em meio a mensagens ou mil palavras. No dia 8 de janeiro de 2024, uma ação civil da 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Caruaru, condenou por improbidade administrativa, o pai de Wolney e ex-prefeito de Caruaru, Zé Queiroz, pela má utilização de recursos públicos decorrentes do não recolhimento das devidas contribuições previdenciárias ao Fundo Previdenciário do Regime Próprio de Previdência Social (CaruaruPrev), no ano de 2012.

Mais um capítulo no tumultuado período em que Zé Queiroz esteve à frente do instituto, nos seus dois últimos mandatos na Prefeitura, de 2009 a 2016, tendo como presidente do Caruaruprev, o aliado de todas as horas e atualmente também integrante do Ministério da Previdência, Osório Chalegre. Uma turma pedetista, que certamente em nada é querida, por quem depende deste tipo de benefício.

WhatsApp-Image-2024-09-10-at-08.17.50-1-190x300 Coluna Capital desta quinta-feira (1º): uma turma nada querida pelos aposentados e pensionistas

Braço direito e a polêmica da campanha

Ocupando hoje cargo de alto escalão no Ministério da Previdência Social, Osório Chalegre, também não teve o nome dele envolvido na investigação da PF, mas recentemente chegou a viralizar com áudio no WhatsApp, ao comentar sobre a postura ideal a ser adotada por candidatos que disputam eleições. Segundo o comentário de Chalegre, durante a campanha municipal do ano passado, não existe ética.

“A campanha eleitoral é uma guerra. É você estabelecer os argumentos para ganhar aquela guerra. Aí vale tudo, inclusive, mentir. Faz parte da estratégia. Você mentir não é uma estratégia reprovável em termos de campanha eleitoral”.

Chalegre ocupou a presidência do CaruaruPrev, quando ficou constatada a falta de repasses de contribuições patronais e a utilização indevida de recursos, causando um prejuízo financeiro de R$ 77 milhões aos cofres do Palácio Jaime Nejaim.

Pressão de todo lado

De acordo com matéria do UOL, O presidente Lula (PT) vem sofrendo pressão tanto para demitir quanto para manter o ministro Carlos Lupi após o escândalo no INSS. Membros do governo avaliam que a situação é insustentável. Aliados argumentam que o caso, que aponta para desvio de bilhões de reais de aposentados e pensionistas, pode se tornar a maior crise do governo e, quanto mais tempo o ministro ficar, pior para o governo.

“Doendo na própria carne”

O ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), admitiu na terça-feira (29), que a pasta demorou para identificar irregularidades no INSS, mas defendeu a reação do governo ao caso. Ele participou de uma audiência na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados. Para Lupi, a operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União está “doendo na própria carne”, por ver pessoas nas quais confiava envolvidas em uma crise de desvio de dinheiro de aposentados e pensionistas.

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