Conforme matéria publicada pela Folha de São Paulo, nesta sexta-feira (2), se encontra insustentável a permanência de Carlos Lupi à frente do Ministério da Previdência Social do Brasil. Embora não haja provas de sua participação no esquema criminoso bilionário, que foi identificado no INSS, com descontos não autorizados em relação aos benefícios mensais de aposentados e pensionistas, o que teria gerado um prejuízo de R$ 6,3 bilhões, está prevalecendo a ideia no governo federal de que ele não tomou providências para deter o problema, sendo apontado como omisso.
De acordo ainda com as informações da Folha, Lupi pode deixar o cargo hoje, o que resultaria na saída de todos os integrantes do PDT no governo, incluindo o ex-deputado caruaruense Wolney Queiroz, que hoje faz parte da equipe do ministro, exercendo a função de secretário executivo da Previdência, naturalmente também sendo apontado como omisso, assim como o seu principal líder partidário e no Ministério.
Também não há informação repassada pela PF sobre a suposta participação de Wolney no esquema. Até agora, o Nº2 da Previdência, como gosta de ser chamado, permanece em silêncio, sem se manifestar oficialmente, desde que a operação Sem Desconto foi desbaratada pela Polícia Federal e culminou na demissão do agora ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto.
Caso as saídas sejam concretizadas, Wolney Queiroz acumulará mais uma derrota no campo político. Desde 2022, quando não conseguiu renovar o seu mandato na Câmara, o pedetista vem sofrendo revezes por onde tem atuado. Nas Eleições Municipais de 2024, o atual presidente do PDT Pernambuco viu o seu pai Zé Queiroz ser derrotado de forma acachapante nas urnas, ainda no primeiro turno.
Entenda o caso
A Operação Sem Desconto investiga um suposto esquema nacional de descontos de mensalidades associativas não autorizadas. Estima-se que cerca de R$ 6,3 bilhões foram descontados de aposentados e pensionistas entre 2019 e 2024. Ao todo, foram expedidos 211 mandados judiciais e, em Pernambuco, seis mandados de busca e apreensão foram cumpridos, sem nenhuma prisão.
Indicado pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, em 11 de julho de 2023, Alessandro Stefanutto teve a sua demissão determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com publicação realizada em edição extra do Diário Oficial da União, do último dia 23. Além do agora ex-presidente, mais cinco servidores do INSS acabaram sendo afastados de suas atividades.