Pedro Augusto/Blog Capital
A nova pesquisa Conecta/Opindata, realizada entre 1º e 5 de dezembro, com 10 mil entrevistas online, adiciona novos elementos à corrida pelo Governo de Pernambuco em 2026 e altera, ainda que de forma gradual, a dinâmica entre os principais nomes do pleito. Os números, divulgados hoje, indicam que a disputa continua polarizada entre João Campos (PSB) e Raquel Lyra (PSD), mas o dado mais relevante do levantamento é a redução expressiva da distância entre os dois — um movimento que interfere diretamente no cálculo político dos próximos meses.
No panorama estimulado, João Campos mantém a liderança, com 45% das intenções de voto. No entanto, o crescimento de Raquel Lyra, que aparece com 38%, representa uma mudança sensível: em outubro, a diferença entre ambos era de 26 pontos, e agora cai para apenas 7. A curva ascendente da ex-governadora e a estagnação relativa do prefeito do Recife criam um ambiente mais instável para o PSB, que vinha operando sob a lógica de ampla vantagem.
O quadro é ainda mais apertado no confronto direto. Campos registra 46%, contra 43% de Raquel — uma diferença de apenas 3 pontos percentuais, situada dentro da margem de erro de 0,98 ponto. A leitura técnica sugere um cenário de empate, o que reforça a tendência de que o pleito deve caminhar para o segundo turno.
O avanço de Raquel Lyra ocorre em um momento em que seu grupo político intensifica movimentos regionais e amplia presença em agendas públicas, estratégia que aparentemente encontrou ressonância junto a segmentos do eleitorado que, até então, se mostravam menos permeáveis. Para João Campos, por outro lado, o estreitamento da disputa representa a necessidade de revisão de rota: o prefeito, que mantém índices expressivos, passa a lidar com um cenário de maior competitividade e menor margem de conforto.
Outros nomes testados permanecem distantes da polarização principal. Eduardo Moura (Novo) aparece com 6,9% das intenções de voto, enquanto Ivan Moraes (PSOL) atinge 1,2%. Embora não alterem o eixo central da disputa, esses percentuais ainda têm potencial para afetar a distribuição de votos no primeiro turno.
Com menos de um ano até as eleições estaduais, a nova rodada da Conecta/Opindata sinaliza que o eleitorado começa a se mover e que o quadro, antes visto como previsível, ganha contornos de maior incerteza. A disputa, que até recentemente parecia ter um favorito confortável, agora se desenha como uma corrida aberta — e com espaço para novas inflexões até 2026.
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Raquel